A 6a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental foi tema da última edição do Central Cine Brasil, com uma conversa com o curador Francisco César Filho. Aqui, seguem oito filmes recomendados dentre os 100 exibidos nos 15 dias de programação. Antes, três menções óbvias: a mostra tem homenagem ao cineasta Vincent Carrelli e, portanto, uma nova chance para assistir ao espetacular Martírio na tela grande; tem também uma retrospectiva histórica de ficções brasileiras passadas na Amazônia, como o clássico Bye Bye Brasil, de Carlos Diegues; e tem uma sessão especial com exibição de um novo trabalho do grande Werner Herzog, ‘Eis os Delírios do Mundo Conectado’, de 2016. Aproveite (é gratuito)! A programação completa está aqui.
BATALHA INUK (Dir. Alethea Amaquq-Baril, Canadá, 2016, 82′)
O conflito está posto: de um lado, os Inuit, a nação indígena esquimó no Canadá que depende da caça de focas como alimento e matéria-prima, querendo mostrar que a prática é parte de sua cultura – e antes isso que perfurar o solo em busca de petróleo; de outro, o movimento ativista pela preservação ambiental e direito dos animais que vai ao Parlamento Europeu buscar a proibiçao de produtos de focas. Filme inédito no Brasil, destaque no festival Hot Docs, no Canadá, exibido também no Festival de Berlim e vencedor do prêmio de justiça social em Santa Bárbara (EUA). Exibições: 04/06, às 17h, na Reserva Cultural / 07/06, às 15h, no Spcine Olido; 09/06, às 16h, no Spcine CCSP Lima Barreto.
O SUPLÍCIO: VOZES DE CHERNOBYL (Dir. Pol Cruchten, Luxemburgo/Áustria, 2015, 87′)
O livro vencedor do prêmio nobel “Vozes de Tchernónil: A história oral do desastre nuclear”, de Svetlana Alexievich, é um estouro. O filme, baseado na obra, traz um panorama deste mundo em torno do maior acidente nuclear da história a partir de relatos de testemunhas da história. Indicado por Luxemburgo ao Oscar de filme estrangeiro, foi o melhor filme no Festival Ambiental de Paris e melhor documentário no Festival de Minneapolis-Saint Paul (EUA), além do Grande Prêmio no FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. Exibições: 05/06, 22h, Reserva Cultural / 10/06, 15h, Spcine Olido / 11/06, 15h, Reserva Cultural.
ESPÓLIO DA TERRA (dir: Kurt Langbein, Áustria, 2015, 91min)
Blairo Maggi, veja só, atual ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, o famoso ‘Rei da Soja’, é um dos investidores tratados no filme de grande circulação no circuito de festivais. O longa mostra tanto os empresários como suas vítimas – que falam de despejo, trabalho escravo e perda da base economica. Um retrato do chamado colonialismo 2.0. Inédito no Brasil. Exibições: 03/06, 17h, Reserva Cultural / 07/06, 16h, Spcine CCSP Lima Barreto / 12/06, 20h30, Reserva Cultural.
SAMUEL ENTRE AS NUVENS (Dir. Pieter Van Eecke, Bélgica/Holanda, 2016, 70′)
Também inédito no Brasil, o eleito melhor documentário do Festival de Chicago foca num senhor operador de teleférico na Bolívia. Do alto da montanha, ele vê as geleiras se derretendo. A passagem do tempo, o debate de cientistas sobre as mudanças climáticas e os dilemas do povo local. Exibições: 02/06, 17h, Reserva Cultural / 08/06, 17h, Spcine Olido / 10/06, 19h, Reserva Cultural.
UMA CAÇADORA E SUA ÁGUIA (Otto Bell, EUA, 2016, 87′)
Uma garota de 13 anos na Monólia está se tornando a primeira mulher de sua família de 12 gerações a domar águias. Ela treina com o pai e agora precisa provar sua capacidade na maior competição do assunto. Lançado em Sundance, foi um dos 15 finalistas do Oscar para melhor documentário e levou prêmios em vários festivais pelo mundo. Inédito no Brasil. 10/06, 15h, Reserva Cultural.
COMPLEXO FABRIL (Dir. Heung-Soon, Coreia do Sul, 2015, 95min)
O filme sul-coreano levou um Leão de Prata em Veneza. Trata-se de um retrato poético sobre o significado do trabalho a partir de mulheres operárias na Ásia. Mostra, por exemplo, como o desenvolvimento econômico na Coreia do Sul passou pela opressão às mulheres trabalhadoras. Inédito no Brasil. 08/06, 17h, Reserva Cultural / 11/06, 16h, Spcine Olido.
DAS ÁGUAS QUE PASSAM (Diego Zon, Brasil, 2016, 23′)
Único brasileiro em competição no Festival de Berlim 2016, o curta do diretor capixaba acompanha o pescador Zé de Sabino. Um retrato da relação entre a comunidade local, o trabalho e a natureza. Exibições: 02/06, 15h, Spcine Olido e Fábrica Jaçanã / 06/06, 10h, Fábrica Cachoeirinha, 14h30, Fábrica Capão, 15h, Fábrica São Luís / 07/06, 10h, Fábrica Brasilândia / 09/06, 16h, Caixa Belas Artes / 10/06, 18h30, Caixa Belas Artes / 13/06, 17h, Spcine Roberto Santos.
O JABUTI E A ANTA (Dir. Eliza Capai, Brasil, 2016, 71′)
A diretora Eliza Capai, no seu cinema de coragem, câmera na mão e mochila nas costas, parte da seca em São Paulo para entender as vidas dos rios Xingu, Tapajós e Ene. Selecionado para o Festival do Rio e para a Mostra Internacional de São Paulo. Exibições: 02/06, 19h30, Spcine Cidade Tiradentes / 04/06, 18h30, Caixa Belas Artes / 08/06, 18h30, Caixa Belas Artes / 13/06, 15h, Spcine Olido.