Eu não tenho nada de novo esta semana para lhes dizer sobre o futebol, o mundo e nossa função em torno dele. Em relação ao futebol, apenas deixarei meu grito de sempre: desligue a TV, o rádio, a porra da internet (que, por enquanto, tem servido a humanidade quase unicamente como o antro da morte do homem real e berço do surrealismo festejado), pare de alimentar “polêmicas” sobre contratações, prêmios, gols mais bonitos ou mais “engraçados”, segure a onda, moçadinha esperta!
Realmente, levem a sério a morte do futebol e a si mesmos, e pratiquem o ódio se, por ventura e graças a muita sorte, conseguirem adentrar algum jogo qualquer em algum estádio que ainda sobrou por aí. Ao vivo, ali, na carne, onde o real deve continuar realista, demonstre ódio, vigilância, amor… Um cuidado que seja, é só por isto que o cadáver do futebol implora, neste 2014 dos infernos. Como homem livre, sem rabo preso com nada e ninguém, esta é sua função para com o futebol e o mundo. Chata e fria reação, como nos abate, segundo a segundo, o nojo frio e calculista dos homens escravos e suas horrendas ações. Porque ‘tá feia demais a coisa toda no mundo, e por via de consequência, no futebol – que havia mantido sua essência em meio a todas as guerras (mundiais, frias, quentes…), mas hoje serve para constrangimento e aplicativo de celular, união desunida na massa do desespero e da fome por sangue e sêmen. Nada mais, além.
Portanto, no estádio: ódio pelo amor jorrado sem medo e sem limites; no mundo real (e surreal agora, também): vigilância, respeito e amor. É dura a vida de um velho bardo místico nesta era de plástico. Venho aqui, tenho que deixar algum recado para vocês, mas sinceramente não sei mais o que dizer. Porque o bardo não sente prazer na fala em si, e sim no resultado coletivo e positivo que suas palavras podem trazer a um cenário morto, cheio de negativos.
E quanto a isso, sei que estou longe de enxergar. Sei que vão ler estas palavras e, logo depois, sua TV vai acender aquela pseudo paixão que ela apresenta sem cansar, dia a dia, e que atinge a beleza do mundo com metralhadoras perfuram e ceifam o condenado. E vocês vão alimentá-la, como ela deseja. Não sinto ódio pelos pequeninos que falham. Amo vossas falhas. Apenas me decepciono e me diminuo, porque também sou de carne e osso. Então, devo apenas repousar minhas palavras e evadir o local, voltar para minha caverna e observar, rezar pelo despertar de vossas indignações e ações. Assim caminho, assim agonizo… Bom dia.