O Prêmio Bola de Prata foi uma coisa muito legal até seu fim, em 2012, quando premiou Ronaldinho Gaúcho com a Bola de Ouro ao dedicar a Neymar, o jogador mais bem colocado segundo os critérios do prêmio, o status de hors-concours.
Sim, a revista Placar elevou Neymar ao status de Pelé com uma mínima diferença: em 1970, na primeira edição do prêmio, o Rei tinha três Copas do Mundo, 30 anos de idade, e virou hors-concours; já Neymar não só JAMAIS chegou NEM PERTO de ganhar um Campeonato Brasileiro como nem tinha disputado uma Copa do Mundo.
Para piorar, Neymar jogou só 17 das 38 rodadas do Brasileiro-2012. Nem metade. Como é que o CRAQUE HORS-CONCOURS não joga nem metade do campeonato? Porém, as 17 partidas são suficientes para o atleta estar no prêmio. E aí, o que faz a Placar? Premia o melhor jogador dum campeonato boicotado pela seleção, ofuscado pela Olimpíada, que começa quando a Libertadores está terminando e que não para em jogos internacionais? Ou diz que ele ESTRAGOU A BRINCADEIRA?
Enfim, a morte da Bola de Prata não me incomodo mais. O mínimo, pra ficar apenas em questões práticas, era que a lista considerasse quem jogou pelo menos 2/3 dos jogos, coisa de 26 rodadas. Aí Neymar não entraria em 2012. E o ridículo não precisaria ser feito.
Notas
Voltando a minha implicância com as notas de jornal, revista e avaliações individuais, retomo a manhã da última quinta-feira, horas depois das semifinais da Copa do Brasil.
A Folha de S. Paulo estampou na primeira página de Esportes as duas fichas técnicas dos duelos da véspera: o surreal Atlético-MG 4 x 1 Flamengo e o intenso Santos 3 x 3 Cruzeiro. Dois grandes jogos. O Juca Kfouri, da própria Folha, até disse que foi a maior noite do futebol brasileiro no ano.
O Lucas Lima arrebentou com o jogo, mas levou 6, enquanto seu colega de time Rildo, com um gol e um pênalti sofrido, 7,5. O Gabriel, 18 anos, gol de pênalti, passe para outro, 6,5. Do lado do Cruzeiro, a atuação deve ter sido uma porcaria, apesar da classificação com três gols fora de casa: dos 14 jogadores que atuaram, só 6 levaram pelo menos nota 6.
Já o Atlético-MG, que precisava ganhar por três gols de diferença, saiu atrás do placar, e virou para 4 a 1 sobre seu maior rival fora de Minas. Deve ter tido grandes atuações, não é? Que nada. O Luan, que foi um CAPETA no Mineirão, levou 7. O treinador, agora na final da Copa do Brasil depois de viradas heróicas, 6,5. No Flamengo, só duas notas: 5 pra metade do time, 5,5 pra outra metade.
Afinal, pra que servem essas notas se não refletem em nada o que aconteceu em campo? Se tratam o jogo mais emocionante do país no ano em mera formalidade de atletas regulares? Não entendo. Sigamos.