Uma máxima infame dita/ouvida por aí é que revista, no Brasil, ou é da Abril, ou Fechol. Entendeu? Pois é. É complicado demais manter uma redação faminta e arejada, relação leal com anunciantes e saúde financeira com tanto custo, pra ilustrar, tratar, diagramar, com gráfica, pra distribuir, pra isso e aquilo e tributos e taxas e pequenas pedras do caminho e haja planilha.
Poucos anos atrás, quem colocou o bloco de papel pra sambar nas bancas da sociedade foi a Trivela. Ela apostou em algo grande e novo para ela. Ela pode não ter tido uma vida longa capaz de lotar estantes de colecionadores, mas representou muito para o jornalismo esportivo. Tanto que depois e em consequência dela veio a revista ESPN, que viu um espaço que ainda existe no mercado da bola e do esporte. A Placar, ironicamente da Abril, infelizmente (e por uma série de razões que não cabem aqui) não é mais aquela revista que aprendemos a diferenciar das outras. Até Hours Concours para o Neymar ela deu recentemente na Bola de Prata.
Eu não pesquisei se escrevi certo a palavra francesa, se é que é francesa, assim como também não apurei, ainda, se é, afinal de contas, errado ou ofensivo chamar “o Trivela” de “a Trivela”, ou se é ao contrário, enfim. Este comportamento não passaria em um processo seletivo dos caras. Detalhismo, apuração, cuidado mesmo, capricho fino, é a marca registrada deles, na revista, no site, no que forem fazer. E irão fazer.
A Trivela nasceu site, e site é. Dos ótimos, eu tenho certeza que você vai encontrar, agora mesmo, na home deles, ao menos três notícias que não aparecem em nenhum dos outros três, quatro, cinco portais mais famosos do país. Sem espetacularizações, nem do alternativo cotidiano do esporte, nem do Real e Barça que, insistem semestralmente por aí, é o maior jogo de futebol da história da humanidade até que o jogo do returno venha. Especializada em futebol internacional, aprofunda análises aqui do Brasil também. Faltava uma versão desta turma em voz. Não falta mais.
A partir da quinta-feira que vem, dia 26, a Trivela estreia parceria com a Central 3 em um podcast ao vivo, semanal e recheada das pautas que nascem ali dentro da redação que é celeiro de boas cabeças do jornalismo esportivo. Este novo programa faz parte do que a C3 pensa de seu próprio futuro, ou seja, se unir aos bons discursos deste caminho, propagar, acrescentar nosso tempero e estabelecer parcerias que resultem em novos canais de informação ao público que já é fiel. No campo esportivo já é assim, nas noites de quinta, com o Esporte Fino. Será também com a Trivela.
Lembro de minha primeira noite com internet no quarto, mais de uma década atrás. Chorei de rir quando encontrei uma parte na Trivela chamada “maletadas” ou coisa assim. Era uma compilação musculosa de gafes e vícios e erros tolos ou toscos da grande mídia e também deles mesmos, que não eram ainda o que viraram, embora já dessem todos os sinais. Era muito engraçado e contrastava com a seriedade dos textos analíticos que engordavam o espaço. Eu era um estudante de jornalismo. Não era muito legal, pensei depois, rir dos colegas que erram – a gente aprende isso na primeira barrigada que dá.
Mas é fundamental ter humor, se divertir, inclusive de si mesmo. Amamos futebol e rimos do nosso objeto de devoção, quando dá. Não compromete nada quando na hora séria o trabalho é sério. Hoje a Trivela não tem mais maletadas. Os textos analíticos são, geralmente, menores, e não perderam a essência. A essência, aliás, segue a mesma de sempre: muito futebol, muita pauta rica, e sem perder a clara mas forte tinta do bom humor. Aposto que isso será notado também no Podcast.
Então está avisado e anotado: quinta-feira, dia 26, 15h, Podcast Trivela ao vivo!
