15 anos sem Gino Bartali

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Hoje é o dia de lembrar os 15 anos da morte de um dos maiores ciclistas da história.

No rol dos principais campeões do ciclismo está o italiano Gino Bartali (18/07/1914 – 5/05/2000).

No entanto, não foi somente nas pistas que o italiano se destacou. O Ginettaccio, assim era carinhosamente chamado, tornou-se um exemplo de altruísmo e coragem durante a Segunda Guerra Mundial.

Gino foi uma espécie de “Oscar Schindler” sobre duas rodas.

Para os italianos, ele era antes de tudo “Gino o piedoso”. O toscano rezava na linha de partida, durante a corrida, ou ainda no pódio, agradecia Nossa Senhora e todos os santos pelas vitórias. Durante este tempo, o piemontês Fausto Coppi (1919-1960), seu maior rival, dividia a admiração de seus compatriotas (dois Tours de France e cinco giros).

Na época, Gino representava a Itália rural, conservadora e católica. Tinha a aparência de um simples camponês dos Apeninos. Enquanto que Coppi era um personagem moderno, galã, o autentico latin lover.

 

Gino_Bartali

 

A Guerra
De setembro de 1943 até maio de 1944, quando as competições ciclísticas estavam suspensas por conta da ocupação alemã na Itália, Bartali decidiu ser o “carteiro” de uma rede de resistência.

Essa organização de ajuda aos judeus refugiados recebeu o importante apoio de um grupo católico, formado por padres oblatas da cidade de Lucca, o arcebispo de Genova, frades franciscanos e irmãs da Ordem de Santa Clara.

A guerra interrompeu as principais competições da Europa, restando ao herói apenas as provas bufas dedicadas à gloria do fascismo e de Mussolini, as quais Gini se recusou a  participar.

Porém, o campeão não ficava parado. Com sua bicicleta “Legnano”, Gino dizia a sua companheira Adriana que “iria fazer uma longa pedalada”. E como pedalava o jovem toscano. Direção Assis, na Umbria, Viareggio ou Genova. 200, 300 ou até mesmo 400 quilômetros de uma só vez. Sob o selim, fotos de identidade eram escondidas. Ele as levava ao convento de San Quirico. Neste local, as freiras colavam as fotos em documentos falsificados. Depois, Gino pedalava para Florença até a doceira de seu amigo Emilio Berti, que por sua vez, levava os documentos para o arcebispo Elia Angelo dalla Costa e ao rabino Nathan Cassuto, que organizavam a emigração dos judeus refugiados.

Graças a essas falsificações e a dedicação de Bartali, mais de 800 judeus foram salvos da barbárie nazista.

Conheça a música de Paolo Conte em homenagem a Gino Bartali:

 

O reconhecimento

A prefeitura de Florença consagrou um “Jardim dos Justos no Mundo” onde cada árvore simboliza os homens que se dedicaram a salvar vidas.

A primeira foi plantada em homenagem ao florentino Gino Bartali.

Paolina Meyer, sobrevivente do holocausto graças às pedaladas do campeão, veio especialmente de Jerusalém para a solenidade.

Bartali também foi homenageado post-mortem com a honrosa condecoração da República Italiana a “Medaglia d’oro al Merito Civile”.

Somente em 2013, o herói italiano recebeu uma das mais importantes homenagens. Ele foi inscrito no memorial judeu Yad Vashem, em Jerusalém, tornando-se um justo entre as nações. Os Não-Judeus que salvaram Judeus durante o período do Holocausto, com risco das próprias vidas, são honrados pelo memorial.

 

As conquistas

Ginettaccio teve em seu currículo uma extraordinária lista de troféus, tornando-se um verdadeiro mito da história do ciclismo italiano. Os números confirmam: Ele ganhou duas vezes a volta da França (1938 e 1948), três vezes a volta da Itália, o famoso “Giro d’Italia (1936, 1937 e 1946), mas também a corrida Milão – San Remo (1939, 1940, 1947, 1950), três voltas da Lombardia (1936, 1939, 1940), duas voltas da Suíça (1946, 1947), quatro vezes campeão da Itália (1935, 1937, 1940, 1952), cinco voltas da Toscana (1939, 1940, 1948, 1950, 1953); três voltas do Piemonte (1937, 1939, 1951); dois campeonatos de Zurich (1946, 1948); duas voltas da Emilia Romanha (1952, 1953); duas voltas da Campania (1940, 1945); a copa Bernocchi (1935), a corridaTre Valli Varesine (1938),a volta da Suíça Romanda (1949) e a volta do País Basco(1935).

 Documentário sobre Gino (legenda em espanhol)

https://www.youtube.com/watch?v=68VVOAvY72g

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