Por Felipe El Biglia de la Gente Dominguez
Sábado é dia de futebol à vera. Dia de futebol de várzea. O segundo quadro do Autônomos FC enfrentava o xará de silga Aliança FC pela segunda rodada da prestigiosa Copa Autonomia, organizada por aqueles. Jogo duro, pegado. O padrão da edição deste ano são os placares magros. Por essas e outras, o oxo no final da peleja, refletiu bem a presença do Calcio no arranque de dito certame. Na companhia de Gabriel Brito, saímos do Bicudão – campo localizado na Lapa – cruzando a zona oeste paulistana, até nos depararmos com o modorrento clássico na Vila Belmiro em um boteco vizinho. Nesse meio tempo, pudemos acompanhar o duro Paraguai 1 x 1 Uruguai, que mais parecia um confronto de compadres, burocrático por si só e sem maiores adjetivos. Por fim, Argentina e Jamaica terminaram por aburrir o cronista que vos escreve. Gabrio me recebia cordialmente, como de costume, em sua residencia na Santa Cecília para uma jornada sofrível de futebol. “Tudo parecido com o jogo do Auto B. Puta que o pariu!” diria o anfitrião, clamando, enfim, por um jogo divertido.
A seleção argentina entrou em Viña de Mar no ritmo de treino, como se o reggae permeasse os movimentos lentos e pausados do selecionado de Tata Martino. A Jamaica seguiu no 4-4-1-1 mesmo após o gol tempranero de Pipita Higuain. Martino manteve o 4-3-3, com Higuain e Demichelis nos lugares de Agüero e Otamendi. O sono invadia o final de tarde. O regueiro hermano Fidel Nadal surgia em nossa mente como elo entre os dois selecionados em campo. Como diria o emblemático cantor do reggae argentino: ” Llego el momento de caminar. Porque para atrás no vamos a mirar. Tuvimos tiempo para reflexionar. Y ahora vamos a actuar”
A noite nos convidava a andar pelo centro da cidade. Virada Cultural, a fome e a necessidade pelo contato social. No palco da Avenida São João, um belo show, com Odair José – o Ricardo Gareca dos palcos – destilando sabedoria e bom viver, revisionando seus clássicos com uma banda jovem e rockeira. Na sequência, Eddy Star seguia embalando a festa retrô com o rock dançante da jovem guarda, finalizando com uma atuação extravagante de Serguei, inoxidável e cada vez mais psicodélico ao interpretar Joe Cocker e Rolling Stones. Gabriel disse até logo, fugiu do frio, da gripe, partindo para descansar. Fiquei sozinho, vendo o bom show do Cachorro Grande, que entre hits dos primeiros discos, mostrou o repertório de Costa do Marfim, lançando ano passado.
Só no domingo, se confirmou o confronto entre Argentina e Colômbia nas quartas de final. Jogo duro, contra uma seleção cafetera que ainda não mostrou seus atributos ofensivos. A Argentina tenta assimilar o novo estilo de Martino, de mais toque e possessão, tendo de assumir o protagonismo contra o time de Pekerman. A Jamaica disse adeus, derrotada pela miníma contagem em todos os confrontos, mostrando que nesse grupo B da Copa América, apenas o reggae e as boas intenções se salvam.