A 1ª Fase da Copa Libertadores da América – popularmente conhecida como “Pré-Libertadores” – foi criada na edição de 2005. De lá pra cá, tivemos confrontos intensos entre clubes que galgavam o seu lugar entre os 32 melhores do continente e em algumas oportunidades os ditos “grandes” ficaram pelo caminho.
Seguindo a lição do mestre Nick Hornby daremos o pontapé inicial ao Top 5 do Conexão Sudaca relembrando as visitas do simpático equídeo africano às nossas canchas entre os meses de janeiro e fevereiro.
5- Independiente Medellín 4 x 0 Peñarol (Pré-Libertadores de 2009)
Nesta ocasião o tradicional clube uruguaio amargava um jejum de 6 temporadas sem gritar “Dale Campeón”, além de não ter participado das últimas três edições da principal competição continental (na última oportunidade o Manya foi eliminado pela LDU nesta mesma instância por conta do saldo qualificado, após ser derrotado por 3 a 0 em Quito e devolver a goleada por 4 a 1 em Montevideo).
O DIM, por sua vez, saiu da fila de 45 anos em 2002 e conquistara outro título duas temporadas adiante, mas apesar de ser uma das equipes mais tradicionais do futebol colombiano o favoritismo era do Campeón del Siglo. Em tese, pois o jovem Jackson Martínez não tomou conhecimento da equipe treinada por Julio Ribas e marcou um triplete em seu debut copeiro, para deleite dos cerca de 20 mil presentes no Atanasio Girardot. O lateral Ivan Corredor faz o terceiro gol em cobrança de falta.
Na partida de volta, um insosso oxo no Estádio Centenário carimbou o passaporte do Poderoso de la Montaña para o grupo 4 ao lado de América de Cali, Defensor e São Paulo.
4- Cobreloa 0 x 2 Paraná Clube (Pré-Libertadores 2007)
Para boa parte de nossa imprensa esportiva a zebra costuma falar apenas em castelhano. Porém, na única participação dos paranistas na Copa Libertadores a história foi diferente. Enfrentando a altitude e a aridez do Estádio Municipal de Calama, os comandados de Zetti não se intimidaram com o fator local do Cobreloa e construíram uma vitória sólida por 2 a 0, gols de Henrique Dias, após boa assistência de Dinelson, e do então desconhecido Josiel, em jogada individual.
Na Vila Capanema, o empate em 1 a 1 garantiu o Paraná Clube no Grupo 5 junto ao Flamengo e os BOLIVARIANOS do Maracaibo e Real Potosí. A Gralha Azul bateu asas e voou mais longe chegando até as oitavas-de-final, quando foi eliminada pelo Libertad. No final da temporada, a equipe acabou sendo rebaixada à Série B, divisão na qual se encontra no momento, mesma sina do Cobreloa que descendeu em 2014.
3- Racing Club de Montevideo 2 x 0 Junior Barranquilla (Pré-Libertadores 2010)
O modesto clube de Sayago chegou a Libertadores após o vice-campeonato da última edição da Liguilla a ser disputada no Uruguai. Pela frente uma equipe que chegava à sua décima participação em La Copa: o Junior Barranquilla.
Ao sofrer o empate nos acréscimos da etapa complementar, após virar o marcador, os cerveceros ainda sonhavam com a classificação, mesmo com a expulsão de Martín Cauteruccio, destaque da equipe. O palco designado foi o Parque Central, já que o Parque Osvaldo Roberto foi vetado pela CONMEBOL.
E foi com um doblete do ídolo Líber Quiñonez que La Escuelita pode medir forças com Cerro Porteño, Corinthians e DIM no Grupo 1.
2- Deportes Tolima 2 x 0 Corinthians (Pré-Libertadores 2011)
Evidente que a única eliminação de um clube brasileiro nesta etapa não poderia ficar de fora da lista. O Timão que contava com os pentacampeões mundiais Roberto Carlos e Ronaldo não saiu do zero contra Los Pijaos no Pacaembu.
Já em Ibagué, capital do departamento de Tolima, os locais não enfrentaram dificuldades diante da equipe treinada por Tite e com gols de Danny Santoya e Wilder Medina obtiveram a classificação para o duro Grupo 7 ao lado de Cruzeiro, Estudiantes e Guaraní.
No Parque São Jorge, apesar do clima de velório, o treinador foi mantido e o resto é história…
1- A Mãe de Todas as Zebras (Pré-Libertadores 2015)
Ano passado testemunhamos três Zebras na 1ª Fase. Pela primeira vez equipes de Bolívia e Venezuela avançaram à Fase de Grupos por meio desta instância eliminatória. O Deportivo Táchira passou pelo sempre presente Cerro Porteño, ao bater o conjunto paraguaio por 2 a 1 em San Cristóbal e arrancar um empate em 2 a 2, estando duas vezes atrás no placar, no mítico Defensores del Chaco, para dividir o grupo 8 com Guaraní, Racing e Sporting Cristal.
O The Strongest, por sua vez, empatou em 1 a 1 na sua visita ao Monarcas Morelia e garantiu a classificação após vitória por 2 a 0 no Hernando Siles, sendo que todos os gols jalde-negros foram gritados pelo carismático Pablo Escobar, encaminhando o Tigre para o Grupo 4 na companhia de Emelec, Internacional e Universidad de Chile.
Contudo, a principal façanha ficou por conta do Palestino. O clube chileno não disputava a Libertadores desde 1978, quando contava com a cátedra de Don Elías Figueroa, e teria pelo frente o Nacional, do Uruguai, recordista de participações consecutivas na competição.
Em Santiago, os Baisanos contaram com o destempero do jovem Diego Polenta que foi expulso ainda no 1º Tempo. A equipe dirigida pela dupla Jaime Escobar e Pablo Guede estava melhor na partida mesmo antes da vantagem numérica, mas o gol solitário saiu apenas aos 25 minutos do 2º Tempo pelos pés de Diego Rosende.
O Bolso não pode contar com a sua numerosa torcida na partida de volta e o Tino se aproveitou da neutralidade do Parque Central saindo na frente com o cabeceio de Renato Ramos aos 38 minutos da etapa inicial. Os mandantes viraram o placar logo em seguida com gols de Germán Lanaro (contra) e Gastón Pereiro em contra-ataque fulminante.
O jogo se manteve disputado até o final e por pouco o Nacional não consegue o gol redentor, mas por conta do saldo qualificado o Palestinou avançou para o Grupo 5, onde encontrou Boca Juniors, Montevideo Wanderers e Zamora.