Por Leandro Iamin
São 28 podcasts ativos na Central 3 neste momento. A gente produz, semanalmente, mais do que isso, posto que nosso estúdio serve para locações de vários outros projetos, e em breve este número de ativos crescerá. 2020 chega com algumas coisas novas, que sairão do lado de lá da cortina pouco a pouco, um a um. Ter na mão a curadoria técnica de tanta coisa não é simples, mas o serviço é facilitado pela segurança editorial de todos os tantos profissionais que emprestam estudos e vozes para cada um destes 28 podcasts. Em 7 anos de vida nos orgulhamos de quase nunca deixar escapar desinformação, desonestidade intelectual, preconceito ou coisa do tipo. Nosso público tolera atrasos, eventuais ruídos no telefonema do convidado, compreende os perrengues de um time pequeno que produz coisas grandes, mas não aceitaria traição editorial.
Todo ano começa com uma lista grande de possibilidades e caminhos de produção. Na maioria das vezes me cabe a desagradável função de dizer “não” para projetos promissores. O mundo é mais água do que podemos beber, e, se a locação do estúdio termina com a entrega do podcast na mão de quem o produziu, a coisa é diferente quando entra na programação da Central 3: monitoramento dos feeds, aplicação nas redes sociais, acompanhamento estatístico, atenção para alguma falha que não foi percebida, responsabilidade com qualquer perrengue que envolva o servidor. Não acaba no clique em “publicar”, e, mesmo com um pesado empenho, não conseguimos memorizar e dominar tudo que quase três dúzias de podcasts pedem de atenção.
Em 2020, ano olímpico, apostamos em um podcast sobre esportes paralímpicos. O “Mundo Para Esporte”, apresentado por Gabriel Mayr, pedirá sua atenção e sensibilidade inclusive por ser, sem intenção de pioneirismo mas já o sendo de alguma forma, um podcast que também terá uma versão em LIBRAS de cada edição, para contemplar os surdos. Este é o tipo de projeto que a gente abraça como plantio e espera pela colheita. Foi assim, por exemplo, com as Dibradoras, que, entre uma Copa do Mundo e outra, foram de podcasters estreantes da Central 3 para as mais influentes e multimidiáticas vozes de 2019 sobre o mundial da modalidade. Mundo Para Esporte é o mais fresquinho pão que saiu de nosso forno. Outro podcast novo, embora feito pelos velhos companheiros de Xadrez Verbal, é o Repertório, produto de entrevistas que a dupla Filipe e Matias, que também assina o Fronteiras Invisíveis do Futebol, coloca na rua desde o final de 2019 – e já veio gente muito boa.
Ao longo do ano, uma vez por semana, vamos transitar aqui por todos os nossos podcasts, e contar um pouco das decisões por trás das publicações, fazer uma terapia pública, apresentar auto-crítica, prestar satisfação sobre uma parte de nossa produção nem sempre observada por você, que faz parte do público final. Aliamos estúdio e mãos profissionais a um ideário independente de produção, e lidamos com dilemas e contradições a todo momento. Entre lives, temporadas, pausas, pautas anárquicas e necessidades às vezes dramáticas, conseguimos ter na vitrine programação que verse sobre música, cinema, política, esporte, educação, que trate as coisas como são, seja com tinta jornalística ou das ruas e sempre preocupado em ter, nas vozes representadas, diferentes sotaques de homens e mulheres. Poucos termos em inglês desnecessário, sem gravatas e fazendo as reuniões no estúdio sem tênis, pisando no chão de meias. O tal “ano do podcast” meio que pediu uma formalidade que, no primeiro round, a gente conseguiu superar. Mas este é um tema para um outro momento.
Este aqui é só um feliz 2020 ligeiro!
Dani disse:
Amei! É muito bom saber mais e entender um pouco mais da Central. A gente acaba ficando focado no que conhece ou mais ouve e não tem a dimensão de tudo que rola. Poucos termos em inglês desnecessários é sensacional! Bora conhecer mais a Central 3 que eu já tanto gostcho