Meiocampo

Há cinco anos, transformamos uma ideia maluca em realidade: nascia o podcast Trivela

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Por Felipe Lobo

Domingo à tarde, futebol na TV, a emissora mais popular do Brasil – por muito – faz propaganda do seus podcasts. Se alguém nos dissesse que isso aconteceria, há cinco anos, eu acharia improvável, sendo bastante educado. Fora do ar, “em off”, como a gente fala, eu diria: “nem fodendo”. Naquele começo de 2015, quando Leandro Iamin chegou para conversar com a gente da Trivela contando a ideia dele de fazer um podcast da Trivela, a gente se empolgou e nem precisou pensar. Foi rápido entre a ideia e a execução. Em um dia 26 de fevereiro, mas em 2015, levamos ao ar o primeiro episódio com uma ideia na cabeça: levar um conteúdo de qualidade em um formato que considerávamos inovador, o podcast.

Era difícil imaginar o salto que esse formato teria ao longo dos anos. Estamos em 2020 e vemos chamada na Globo para seus podcasts, em plena TV aberta, a milhões de pessoas. Vemos propagandas de podcasts em pontos de ônibus, em cartazes, em diversos lugares nas grandes cidades do país.

Vemos todos os grandes veículos aderindo ao formato, primeiro convertendo seus programas em podcast, mas depois criando novos conteúdos, exclusivos da plataforma. Todo mundo usa aplicativos de música, como Spotify e Deezer, e eles abraçaram os podcasts. A gente nem precisa mais explicar o que é, afinal, um bendito podcast.

A Trivela mudou muito desde 2015. Deixamos de ser um site feito por uma empresa para ser um site feito por malucos que se recusaram a ver o site morrer. O podcast se tornou um dos momentos mais legais da semana, uma das formas mais gostosas de nos conectarmos com o nosso público. Falamos de futebol internacional, nossa especialidade histórica, mas falamos muito do nosso futebol, o brasileiro, o sul-americano, o do dia a dia.

Nos acostumamos a acompanharmos nossos ouvintes enquanto estão no ônibus, no metrô ou no trem, enquanto lavam louça, correm, vão para a academia, viajam ou enquanto trabalham. Nos acostumamos a levar para este formato um pouco da nossa cara, da nossa veia crítica, da nossa forma de fazer jornalismo. Falamos de futebol, mas também falamos de tudo pelo futebol. Até porque o futebol não é uma ilha, está influenciado por todos os fatores sociais, políticos, geográficos, até sanitários. Aí está o COVID-19, o novo coronavírus, influenciando o esporte e as disputas nele envolvidas.

A Central 3 foi parceira desde o primeiro dia, mas hoje dá para dizer que estamos irmanados de forma ainda mais profunda. Temos ambição, temos vontade e não temos preguiça de buscar fazer, a cada programa, um podcast melhor. De levar discussões relevantes ao nosso público. De ouvir elogios e principalmente as críticas. De tentar buscar a excelência, mesmo que tenhamos uma luta constante contra o tempo para terminar os roteiros a tempo de fazer um programa de alto nível.

Trivela e Central 3 estão mais juntos do que nunca. Graças ao apoio de algumas centenas de pessoas no Apoia.se (apoia.se/central3 e apoia.se/Trivela), passamos a ter dois programas por semana. Uma meta atingida porque os nossos leitores e ouvintes deram um passo à frente, gritaram forte como se fossem a muralha amarela em dia de jogo do Borussia Dortmund. Seguimos vivos, com todas as dificuldades para se fazer um site e manter uma produtora de podcast. Dia a dia, programa a programa. Sorriso a sorriso. Somos muito teimosos mesmo em achar que o podcast seria algo relevante lá em 2015. Mas acreditamos e aqui estamos.

Naquele dia 26 de fevereiro, uma quinta-feira à tarde, levamos ao ar, ao vivo na Central 3, o primeiro programa. O programa #1 falava sobre a Libertadores que queremos, com Leandro Iamin, Paulo Júnior, Ubiratan Leal e Felipe Lobo (no caso, este que vos escreve). Muitas pessoas passaram pelos nossos microfones, entre participantes e convidados. Os membros da Trivela já tiveram suas vozes no podcast, incluindo Leandro Stein, que fica na nossa querida São José dos Campos, e também Bruno Bonsanti, membro permanente do podcast e do site.

Nos emocionamos muitas vezes nos microfones com a participação de quem nos ouve. Nos emocionamos em poder levar, em podcast, a nossa assinatura editorial. Passamos pelo escândalo da Fifa, o Fifagate; passamos pela Copa do Mundo de 2018, a nossa primeira, em uma cobertura conjunta que foi incrível junto com diversos podcasts da Central 3; passamos pela Copa do Mundo Feminina, parte da revolução que o futebol feminino passou nesse tempo todo que estamos no ar. Teve Eurocopa, teve Libertadores, Brasileirão, teve Champions League, teve programas especiais, convidados incríveis, gente que gostamos demais dividindo a bancada com a gente. Teve, principalmente, você, que nos ouve e nos ajuda a sermos melhores todos os dias. Obrigado por isso. Estamos muito orgulhosos de completar cinco anos, mas queremos que sejam só os primeiros cinco anos. Inovamos lá atrás, trazendo o nosso conteúdo para o podcast, dobramos nossos programas, que agora são dois por semana, e sonhamos muito mais alto ainda. Temos muitas ideias. Nos falta recursos para realizar (Alô, marcas! Alô, Sportify!), mas não nos falta vontade. Central 3 e Trivela seguem, muito mais juntos, em um mesmo objetivo: fazer conteúdo de qualidade. É o que mais gostamos de fazer. E seguiremos fazendo enquanto pudermos.

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