Na abertura dos trabalhos da terceira rodada, o Equador levou como única boa recordação a primeira vitória desde 2001 na Copa América, ao bater o México por 2 a 1 e despedir-se de forma decepcionante desta edição.
Com gols dos jovens Miller Bolaños e Enner Valencia, os bananeros ainda podiam se classificar após o término de seu jogo, mas as combinações de resultados dos demais grupos não lhe deram esse imerecido brinde, morrendo abraçados com os mexicanos. Com um time mais jovem e bons meias e atacantes, resta a esperança de uma Eliminatória mais alentadora, algo possível, dado que o selecionado tricolor se classificou para 3 dos últimos 4 mundiais, pra não falar do equilíbrio que tem marcado a imensa maioria dos jogos.
Já os mexicanos, voltam seus olhares à Copa Ouro, após mais uma participação sem compromisso, com o time reserva e alguns veteranos. Fica a lembrança da boa apresentação no empate em três gols com os chilenos, melhor jogo da primeira fase, e a observação de alguns jovens valores, como o centroavante Raul Jimenez.
O jogo de fundo, como não poderia deixar de ser, começara na véspera, por conta do absurdo acidente de carro provocado pelo Rey Arturo Vidal e sua Ferrari, depois de noitada regada à jogatina. Após comoção nacional, contra e a favor de seu corte da delegação, parece que os interesses esportivos falaram mais alto e Sampaoli lhe concedeu o perdonazo.
De toda forma, fica renovado o histórico de estripulias dos atletas chilenos, a exemplo da edição de 2007, quando Valdivia teria comandado festinha pouco convencional no hotel da delegação, na véspera da derrota por 6 a 1 para o Brasil do mesmo Dunga, em Puerto Ordaz. Pelo episódio, El Mago levou 20 jogos de gancho, que foi perdoado lá pela metade da pena. A Vidal, ainda poderá caber suspensão.
Quanto à partida, teve o roteiro ideal para suavizar os ânimos e ajudar os chilenos a se voltarem à histórica chance de campeonar em casa.
Logo de cara, ligação direta de Medel foi aparada por Vargas, para a chegada certeira de Aranguiz. Gol tempranero, festa no Estadio Nacional e tranquilidade para os chilenos desenvolverem seu jogo versátil.
Era o pior cenário possível para os bolivianos, que não conseguiram reproduzir retrancas bem sucedidas nos últimos tempos, tanto com a seleção como em alguns de seus clubes. Com a desvantagem precoce, faltavam ideias ao conjunto aymara e sua bela indumentária branca.
Sanchez desencantou e os times já foram ao intervalo com a sorte encaminhada. Na volta, os mapuches mostraram fome de campeão e continuaram empilhando gols, jogando com intensidade e movimentação que lhes são características, o que se refletiu nos gols e seus autores, vindos de trás e fazendo bonitas tabelas, como nos tentos de Aranguiz e Vidal.
Pra finalizar, um cruel golpe de misericórdia, no autogol do valoroso Raldes. De toda forma, ambos se classificaram e os chilenos puderam esfriar um pouco a huevada de Vidal, que felizmente não deixou feridos graves – mas sua esposa machucou um braço.
Agora vem o mata-mata, cirurgicamente pensado para afastar argentinos e brasileiros dos donos da casa antes da final. Mas antes há um Uruguai no meio do caminho, ao passo que o vencedor deste confronto enfrenta Bolívia ou Peru. Vejamos aonde chega esse belo sonho em rojo.