A um passo do Tri

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Por Felipe El Biglia de la Gente Dominguez

Confesso que toda a indisposição matinal, a falta de humor, a prisão de ventre e as amarguras noturnas se originam pela cruel distância entre Santo André e Mérida. Fotos 3×4, um bombom de cereja e a mecha derradeira de seus cabelos encaracolados são meras lembranças que me servem pouco e nada. Mero detalhe, pois nesta quarta teria início a final da Libertadores, justamente em solo azteca, no dia em que me sentia dentro das mais tolas tramas da Televisa. Eis que por esses regulamentos pífios, no melhor estilo CONMEBOL de ser, um quadro mexicano, pela terceira vez na história, era obrigado a começar a série final em seu campo e contra a tradição, o ímpeto e os bastidores como sempre favorável ao rival sudaca. Olho no mapa e vejo que entre Mérida e Monterrey existe um enorme horizonte que cruza o Golfo do México de sul à norte. Não é um mero detalhe, ainda havia sol, fato raro em Libertadores, historicamente noturna e gelada nas finais de Julho. Pelo skype Karlita me diz que faz um calor infernal e que as paletas não devem ser mexicanas, pois habitam apenas os shoppings brazucas.

Dor de cotovelo à parte, desligo o som de Odair José para acompanhar o duelo entre Tigres e River. Sim, apesar do bairrismo que insiste em desdenhar na Libertadores quando não há um grande da cidade em disputa – no mesmo horário jogavam Atlético Mineiro x São Paulo e Corinthians x Vasco da Gama – era noite de final de La Copa e, sagrado por si só em nosso imaginário, o cotejo copeiro começou com o River travando o meio-campo no 4-4-2 em linha ou britânico como designa os maestros. Marcelo Gallardo sabe do que se trata. Hei de recordar que o glorioso Muñeco aprecia e defende o jogo ofensivo, o toco y me voy que caracteriza a escola millonaria desde dos tempos idos. Contudo, na atual edição da Libertadores, quando foi preciso ir para o combate, não exitou em armar duas linhas de quatro, botar a armada charrua e posicionar Leonardo Ponzio e Matías Kranevitter como doble 5 para morder e cortar o circuito de Boca Juniors, Cruzeiro, Guaraní e Tigres.

1T

 

Um River uruguaio com Carlos Sánchez e Tabaré Viudez combatendo as subidas de Israel Jiménez e Torres Nilo. Rodrigo Mora, o artilheiro do time, também adepto do mate, do candombe e do huevo, ficava inócuo ao lado do pibe Lucas Alario, assistindo um perde e ganha danado no meio campo. O Tigres de Ricardo Tuca Ferretti tinha a posse, também o território que era ocupado com o passar do tempo. A pressão riverplatense durou pouco, meros 10 ou 15 minutos. Arévalo Rios se desprendia como elemento surpresa ao lado de Rafael Sóbis, transformando o 4-2-3-1 em um 4-1-4-1 bem claro. Guido Pizarro tinha total liberdade para armar o time como volante central, distribuindo e abrindo o corredor dos laterais. Damián Álvarez, criado em Nuñez, começava na ponta esquerda no lugar do excelente Javier Aquino, algoz colorado, dando calor em Gabriel Mercado. O lateral do River que tem a chave do vestiário, tomou o segundo amarelo, perdendo assim a decisão no Monumental. Um primeiro tempo travado, com Sóbis controlado por Kranevitter. André-Pierre Gignac sentiu o peso do jogo bruto sudaca na disputa ingrata contra Maidana e Funes Mori. Jürgen Damm contra Leonel Vangioni era o único a levar vantagem. O gol quase surgiu por ali. A primeira pegou no travessão, naquela que foi a melhor jogada em 45 minutos faltosos, fiel ao que propunha os millonarios.

2T

Mora e Viduez sentiram uma contusão no intervalo. Muñeco não hesitou em armar um 4-4-1-1 bem claro, com os ingressos de Pity Martinez para conter Guido Pizarro. Nicolás Bertolo, em seu debut copero, entrou na mesma função de Viudez, pelo flanco esquerdo da segunda linha do meio campo combatendo Jiménez, Alario ficava isolado entre José Rivas e Juninho como coadjuvante em Monterrey. Ferreti ainda jogou seu time de vez com a entrada de Jesús Dueñas no lugar de Arévalo Rios. O River foi pressionado. Soube sofrer. Ponzio, um monstro para travar os rivais, passou do ponto e quase viu o segundo amarelo em entrada forte em Rafael Sóbis. Gallardo também perderá a final, foi expulso após reclamação. O árbitro paraguaio Antonio Arias, no melhor estilo brasileiro de apitar, não hesitou em mandar El Napoleón para as tribunas. Lucho González fechou o meio campo ao lado de Kranevitter, o novo do jogo pelo lado da Banda Roja. Damm teve a melhor chance do jogo, ao driblar Marcelo Barovero e titubear na definição. Por fim, o River leva a decisão para Buenos Aires com o resultado que queria. Um River huevudo, nada gallina e pronto para ser tricampeão das Américas.

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