Findada mais uma edição de LA COPA, com um campeão que há tempos não passava para um saludo afetuoso entre velhos conhecidos, reduzimos nosso nível de entusiasmo e permitimos que o saudosismo, aos poucos, ocupe cada rincão de nossos já combalidos corações SUDACAS.
É sempre no dia posterior à festa, depois de varrer do gramado os papéis picados que a noite anterior esparramou, que nós percebemos como a vida pode ser muito mais difícil quando a Libertadores termina.
Repassando mentalmente os jogos da competição que só voltará a acontecer no ano seguinte, como em uma retrospectiva cheia de falhas, sentenciamos que não pode existir uma final que deixe de fora uma série de elementos. São estes que, em uma escala bastante simplista, tentamos elencar abaixo – sem a preocupação de obedecer qualquer tipo de ordem ou relevância.
Um brinde à imperfeição perfeita de nuestra Copa de cada ano:
1-Um árbitro localista. (Figura fundamental e que deveria aparecer na foto junto com o time campeão – não que tenha sido o caso da última final)
2-Mística e tabus. (Para serem mantidos e/ou quebrados)
3-Um herói inesperado. (De onde menos se espera…)
4-Frio ou chuva. (Se possível, ambos)
5-Jogadores uruguaios. Sempre. (Mesmo que Nacional, Peñarol ou EL TANQUE SISLEY não disputem a final)
6-Gândulas que comemoram os gols. (Dispensa maiores explicações)
7-Bolas que desaparecem misteriosamente. (No último quarto de hora do segundo tempo; retornar ao item 6)
8-Um pênalti. (Mais do que isso só se for para compensar o primeiro – escandalosamente mal marcado pelo árbitro localista do item 1)
9-Um gol de zagueiro. (Preferencialmente de cabeça, após o empurra-empurra prévio ao escanteio)
10-Alguém de sobrenome Arias. (Jogador, comissão técnica ou da equipe de arbitragem)
11-Uma comemoração de gol à pura nitroglicerina. (E que termine com o autor do tento sem camiseta, dando socos no ar, proferindo palavras de baixo calão e recebendo um cartão amarelo pelo conjunto da obra – simplesmente mágico)
12-Sinalizadores e fumaça para emoldurar o recibimiento. (O mais lindo de que teremos notícia até a próxima edição libertadora
13-Um volante toda cancha. (Destes que bate e assopra, para depois bater de novo)
14-Huevo. Muito disso. (Fundamentalmente associado aos uruguaios do item 5)
15-Uma chave de carro gigante. (Apesar da Toyota não possuir mais os Naming Rights)
16-A frase: “Finais são feitas para ganhar”. (Necessariamente ainda no campo de jogo pós-conquista, empapada de barro e suor)
17-Um mínimo de 70.000 almas nas bancadas. (Em sinergia total com as outras 11 que estão em campo)
18-Câimbras. (Reais ou não)
19-Um ídolo inquestionável que ainda não tenha alcançado o ACONCAGUA futebolístico. (Para poder contar aos netos)
20-Bandeiras do Japão. (Mesmo que o Mundial de Clubes daquele ano esteja programado para ser realizado, sabe-se lá o porquê, em algum país árabe)
21-O tradicional grito de DALE CAMPEÓN. (Cantando por uma multitude de sotaques diferentes)
22-Alguma camiseta com sangue. (Porque Libertadores é Libertadores)
23-Socos, pontapés e empurrões. (Tiro, porrada e bomba na versão fúbol)
24-LA COPA. (E o momento da esperada chapinha com o nome do flamante campeão)
25-E por último, a foto mais linda do futebol. (Ano após ano…)