Neste novo episódio da série especial Cidade livre, Bianca Pyl e Luís Brasilino conversam sobre espaços de resistência com o criador do Movimento de Entregadores Antifascistas, o Paulo Lima, mais conhecido como Galo, e com a ativista e assistente social Lúcia Xavier, cofundadora da ONG Criola, organização de mulheres negras, membro do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50-50 em 2030 e ekedji do Ilê Omiojuaro, casa religiosa com sede em Nova Iguaçu RJ. Galo deu entrevista para a jornalista Katarine Flor para o livro “Mobilidade antirracista” (https://bit.ly/3uItoOh), que inspira esta temporada, e Lúcia escreveu para a publicação o artigo “Segregação das religiões de matriz africana dos territórios, das manifestações e da estética dos espaços públicos”. No primeiro bloco, Galo conta sobre as condições de trabalho dos entregadores de aplicativo e a construção do movimento de resistência, faz um balanço do Breque dos Apps de julho de 2020 e aponta caminhos para organizar os trabalhadores e superar o controle das empresas de tecnologia. Na segunda parte do episódio, Lúcia relata a situação das religiões de matriz africana no Brasil atual, apresenta as principais características dessas expressões e suas relações com o território e o espaço público, denuncia a violência sofrida e a atuação de igrejas neopentecostais e milicianos nessas agressões e aponta possibilidades para oferecer maior proteção às comunidades.
A poesia da abertura “Quem planta tâmaras não colhe tâmaras”, e a sua interpretação, é de Tom Grito, poeta que se dedica à poesia falada. Participou da fundação do Tagarela (2013), primeiro slam do Rio de Janeiro, e do Slam das Minas RJ (2017), primeiro slam de mulheres e LBTs no Rio de Janeiro. É um dos organizadores do Slam RJ desde 2017.
Ilustração: Juliana Del Lama. Foto: Matheus Alves.
Esta publicação foi realizada com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e fundos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e de Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). O conteúdo da publicação é responsabilidade exclusiva do Le Monde Diplomatique Brasil e não representa necessariamente a posição da FRL.