Nada é eterno, para sempre, duradouro, mas tudo é infinito. E o universo combina, sem paradoxos, estas duas de suas leis, graças à outra lei, a da metamorfose. Tudo se move, tudo muda, tudo reflete, às vezes cansa. E o corpo para. Mas não pode viver parado. Quando se retira a iniciativa, cria-se o conformismo. E este carrega consigo o efeito destruidor da união, da comunhão, e o alimentador da desunião, das ostentações. Sobram, também, os ignorados e ignorantes, a ignorância – um mundo bem IG, ou G8, G4, ou 4Gs, nem sei mais. Como nada é eterno, eu poderia parar de ser chato com este mundinho, ele que abrace Cronos na esperança de sua cura. Mas na dança do cruzamento das leis universais a concordância e justiça imparcial devem, sempre, prevalecer. E, no caso da minha chatice, os necessários ataques de fome, sono e tesão vencem a incessante produção mental – os velhos bardos místicos também são humanos!
Assim sobrevivemos, neste inferno. No dia-a-dia, as conclusões de nosso caos, as fotografias de nossa falência como humanidade, aportam-te tanto como alívio pela resposta e loucura pela certeza da perdição em que nos encontramos, como coletivo de seres vivos agregados. Raios e rios numa tempestade povoam o cérebro torturado. E, assim, lhes digo agora: reflitam, não se deixem envenenar, paralisar. Larguem mão do mundo antenado, teleguiado.
É o caminho errado, da destruição das coisas boas, belas, coletivas. Seguirá destruindo, e tudo só acontece por nós. Somos nós os donos do futebol, somos nós os donos do mundo, somos nós que o habitamos com respeito e, consequentemente, amor. Pois estes demônios, transvestidos de humanos, não merecem nosso apoio. O colega Andre deixou um texto que, devo aqui, assinar embaixo. Estou há duas décadas nesta luta, mas não consigo mais pensar direito (talvez exatamente pelo peso dos anos corridos e o caos atual forçando mais ações do que antes, numa balança doentia para mim). Pois ai mora o milagre do coletivismo, com palavras que queremos dizer no texto último postado aqui no blog. Este é o ponto da questão: o boicote é um santo. Somos nós mesmos que estamos apertando os botões que os demônios estão desenhando (e quantos botões, barbaridade!). Quer participar de um jogo de futebol hoje, seja nos “estádios”, com a “galerinha” no bar?
O faça como homem, com raiva desta carnificina a sua frente. Deixe de ser passivo na hora da luta! Mesmo se você tem uma mentalidade preparada para entender o quadro atual, de nada adiantará sua presença lá se você permanecer durante todo o “evento” sentadinho, do jeito que eles malcriadamente cozinharam, sem que ninguém saiba o que borbulha dentro de teu ser vivo. É hora da ação, e levantar, gritar, incomodar aquele bando de “bobos da corte autoritária” que circula os campos de futebol vigentes – eles estão lá para isso, vamos dar trabalho pros caras! Fazer esta mentalidade cristalizar milagres, anti Nike, Itaú, Rede Globo, etc, etc, etc.
Como a reflexão é infinita, multidimensional, toma novas formas, encerra-se esta conversa com o teimoso otimismo, uma boa notícia, yeah: o Sol logo morrerá, pois nada é eterno. Mas ele é infinito, como tudo e todos. Sem forma alguma, a essência viaja no cosmos, pode até tomar todas as formas possíveis no processo da metamorfose, mas regressa como uma totalmente distinta de sua derradeira. Para o nosso amigão flamejante e voador de todos os dias, outro o substituirá, maior, bem maior, mais calor, luz, seduz de amor. Quem sabe pode até ser, por fim, conhecida como a era iluminada dos seres vivos e pensantes? De fato, voltando com tudo com os pés na terra, sabemos pouco e queremos muito. Neste querer e mudar, este infinito deve superar este idiota eterno que não só quer comer e dormir. Mas é preciso lutar, sair, jorrar o que querem enclausurar dentro dos botões e chips. Bom dia a todos – todos mesmo!