Na virada do milênio, River Plate e São Paulo mediram forças em três competições distintas, em partidas marcadas por muita polêmica. Como não lembrar da atuação do árbitro paraguaio ROBALDO Aquino no jogo de volta da final da Supercopa de 1997 ou da briga generalizada antes da disputa de pênaltis pela semifinal da Copa Sul-Americana de 2003, além da chuva de pedras no Morumbi e no Monumental antes, durante e depois das semifinais da Copa Libertadores de 2005?
Contudo, o clima de decisão ontem (10/03) pesava apenas para o lado visitante, já que uma derrota em Buenos Aires diminuiria e muito as chances de classificação do Clube da Fé, após o tropeço na estreia. E os primeiros minutos foram bastante nervosos para os tricolores, engolidos pelo ímpeto do atual campeão, que quase abriram o marcador aos 5 minutos, em mais uma bobeada da zaga são-paulina em cobrança de escanteio. No lance seguinte, em boa jogada individual, Lucas Alario só foi parado por Dênis.
Nestas circunstâncias, causou surpresa o gol de PH Ganso, na primeiro chute à meta defendida por Marcelo Barovero, aproveitando o rebote de Diego Lugano em bola alçada por Carlinhos na cobrança de falta. Com a vantagem inesperada, os comandados por Edgardo Bauza se encontraram em campo e o meia paraense encontrou Jonathan Calleri – que disputava um Superclásico particular, tomando cartão amarelo em lance fora de jogo com Gabriel Mercado – na intermediária que acabou sendo empurrado por Leonardo Ponzio, enquanto El Trapito já havia saído da grande área, mas a infração não foi marcada pelo árbitro chileno Julio Bascuñán.
A vitória parcial durou apenas 15 minutos, quando Sebastián Driussi cobrou escanteio e Dênis se precipitou ao cortar o cruzamento sem perigo que acabou desviando na cabeça de Thiago Mendes encobrindo-o. A chance da virada veio em falha na saída de bola de Barovero – visivelmente mexido por conta de uma proposta do futebol mexicano – na qual Calleri ganhou a disputa e foi novamente atropelado, gerando muito bronca de Diego Lugano e cia.
O São Paulo voltou melhor na etapa complementar. Em lançamento de Ganso para Eugenio Mena, o lateral chileno avançou e encontrou Calleri entre dois marcadores riverplatenses, porém o chute do atacante argentino passou longe do arco. Sobrou mais uma reclamação dos são-paulinos na conta da arbitragem quando Thiago Mendes foi derrubado na área adversária, ao ser lançado por Ganso. Por sinal, esta foi a melhor partida do camisa 10 pelo clube na Copa Libertadores.
Andrés D’Alesandro, em cruzamento perigoso, e Emanuel Mammana, arrematando após jogada ensaiada de escanteio, geraram perigo para Dênis, que foi bem na intervenção dos dois lances.
O empate ficou de bom tamanho para millonarios e tricolores, que nas atuais circunstâncias valorizaram mais a boa atuação coletiva em uma cancha complicada e a confiança recuperada do que o ponto conquistado. Ambas equipes voltam à campo na próxima 4ª (16/03 às 19h30) para visitar The Strongest e Trujillanos, respectivamente.