Em um Monumental incompleto (sem a presença de Messi), a responsabilidade de carregar o peso da mitológica camisa 10 albiceleste ficou para os ombros de Kun Agüero, que chegou às Eliminatórias com toda a POMPA por ter anotado cinco tentos no último jogo que fez pelo City, antes da pausa no calendário em função da data FIFA.
E quando a noite não pinta bem, os espaços em branco na arquibancada denunciavam partes da diagonal vermelha que adorna o estádio do River Plate. Esse é o problema no vício de se jogar sempre em Buenos Aires. Uma hinchada acostumada a ver sua seleção, mais apaixonada por seus próprios clubes e que decidiu não comprar a ideia de “jogo empolgante” sem o melhor do mundo, contra o Equador e válido pela PRIMEIRA RODADA.
Foram 22 anos desde aquele traumático 5 a 0 para a Colômbia, em 1993. Foram 22 anos desde a última derrota em uma partida classificatória para a Copa do Mundo dentro do Estadio Antonio Vespuci Liberti, no bairro de N̶ú̶ñ̶e̶z̶ Belgrano.
Mas quando a noite não pinta bem…
Agüero durou escassos 24 minutos em campo. Saiu após sentir uma lesão muscular. Talvez fosse esse o sinal divino que faltava! Uma oportunidade que, enfim, chegou (no mínimo com um ano de atraso). Carlitos Tevez foi a campo, mas pouco fez que justificasse a tremenda histeria e clamor por sua titularidade. Ele não foi o Tévez da Juventus e tampouco o Tévez do Boca.
E a Argentina? Também não foi a Argentina de Messi e muito menos a de Diego, EL DIEZ original.
Porém, mais do que falar sobre a derrota argentina, vale destacar a vitória do Equador com uma de suas melhores seleções em anos, curiosamente e paradoxalmente comandada por um argento: Gustavo Quinteros (de excelente trabalho anterior no Emelec).
Os equatorianos seguraram o ímpeto e se controlaram até sentirem a debilidade alheia, principalmente, em Facundo Roncaglia e Emmanuel Más. As duas laterais marcavam nitidamente a trilha para o encontro épico com a História.
Dois gols em 60 segundos, um tremendo tapa na cara protagonizado por Erazo e Caicedo.
https://www.youtube.com/watch?v=GwU4Sc-wVk0
A Argentina não perdeu pela ausência de Messi, ou pela lesão de Agüero. Não saiu derrotada devido ao pouco interesse da torcida portenha.
A Argentina perdeu porque o Equador jogou muito mais. E às vezes, no futebol, simplesmente isso é o suficiente.