Paixão centenária: o Clássico Rei cearense

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O futebol tem suas efemérides. A Deste ano é a memória dos 100 anos do primeiro clássico rei cearense, que ocorreu em Dezembro de 1918.

Organizado pela Liga Metropolitana Cearense de Futebol, o esporte era uma prática aristocrática que nem bem vista era, as corridas de cavalo no Campo do Prado atraiam muito mais olhares do que o ludopédio.

Daí surge a pergunta: O que tem de clássico os jogos entre Ceará e Fortaleza? Eu como torcedor do Vozão reconheço que não são apenas três pontos que estão em disputa. Isso ocorre nos 90 minutos. Ganhar do rival é ter a possibilidade de celebrar, fazer meme, “frescar” com o outro, sem perder a compostura. É um ponto fundamental na construção da identidade clubística do aficionado. Como disse o sociólogo Maurício Murad: O ato de “ser” um time ou de torcer por ele, ou ainda, de “pertencer” uma coletividade esportiva.

Dentre os vários clássicos rei que acompanhei, gostaria de destacar apenas um, que foi pela série B de 2001, no Estádio Presidente Vargas. Esse clássico era rodeado por inúmeros elementos que fazem dele uma recordação marcante para as duas torcidas.

Antes da partida iniciar, toda a imprensa lembrava o que o torcedor do Ceará queria esquecer. O tabu de 16 jogos que o Ceará não derrotava o Fortaleza.

A partida foi realizada no dia 9 de Setembro, o Ceará jogou com Jefferson, Hilton, Alan, João Lima, Marcelo (Evaldo), Lopes, Garrinchinha, Edinho, Jairo Lenzi (Thiaguinho), Sérgio Alves e Iarley, o técnico era Flávio Araújo.

Daniel Frasson sofre falta dentro da área e o árbitro assinala pênalti em favor do Fortaleza, que Reginaldo cobra e o goleiro Jefferson defende, garantindo a igualdade do placar.

Bola no travessão, bola alçada na área, falta e nada mais acontecia para que o placar fosse mudado. A torcida do adversário aos 43 minutos do 2º tempo já iniciava a contagem, como era de costume, do número de jogos sem perder pro Ceará.

E numa jogada individual, Thiaguinho (nome de craque) que havia entrado no 2º tempo no lugar de Jairo Lenzi, tenta entrar dentro da área, e perseguido por três jogadores do FEC é derrubado dentro da área por Moisés Teixeira e o árbitro assinalou pênalti.

A torcida adversária se cala.

Para a contagem.

Sérgio Alves, o maior atacante que vi jogar pelo Ceará pega a bola. Bota na marca da cal. O time que defendia o tabu já havia perdido pênalti na mesma baliza. Só que com o “carrasco” não tem aperreio, o cabra tinha sangue frio, e sendo contra o Fortaleza, aí é que ele era letal.

O artilheiro do Brasil naquele ano converteu aos 47 MINUTOS do 2º tempo.

Era o fim do tabu, pra quem gosta de tabu. Eu que gosto do Ceará, vibrei pela vitória sobre nosso maior rival (nos acréscimos). Mais uma vitória em clássico rei.

Ceará, tua glória é lutar.

 

 

Thiago Oliveira Braga. Torcedor do Ceará S.C. desde a década de 1990,  graduado em Filosofia pela UECE e História pela UFC.

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