No final do mês passado, os clubes argentinos repudiaram em uníssono o aniversário do último golpe militar no país vizinho. Por aqui, silêncio na semana seguinte. Ou pior: o Flamengo, por exemplo, desautorizou uma homenagem de um coletivo de sócios a Stuart Angel, ex-atleta rubro-negro que foi preso, torturado e morto.
Afinal, por que vemos posições tão covardes em relação à Ditadura Militar e o desprezo aos direitos humanos no futebol brasileiro? Lembrando que o CRF também permitiu que o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ) – aquele mesmo que destruiu uma placa em homenagem à Marielle Franco, outra flamenguista executada – participasse da comemoração da Taça Rio.
Nesta edição, tivemos as participações da jornalista Hildegard Angel – irmã de Stuart e filha de Zuzu, também assassinada pelos militares; do historiador Lucas Pedretti, ex-membro da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro; e da professora Lívia Magalhães (UFF), que trouxe outra mirada sobre o Mundial de 1978, além de recuperarmos um trecho da entrevista das Madres da Plaza de Mayo a jornalistas holandeses, às vésperas da Final daquele ano.