Xadrez Verbal #161 Jamal Khashoggi

Matias Pinto e Filipe Figueiredo recebem novamente nos estúdios Tupá Guerra, a demonóloga de voz inconfundível. Fomos até a Turquia, onde o possível sequestro e assassinato de um jornalista saudita, opositor do governo do seu país, pode finalmente estremecer as relações entre a família Saud e os EUA. Afinal, que tipo de Estado é a Arábia Saudita?

De lá seguimos para o Extremo Oriente, para ver de perto a troca de farpas entre China e os EUA, com direito à capturar de espião e aprisionamento do diretor da Interpol. Tudo isso enquanto Kim Jong-un acertou mais um encontro com Trump e convidou o papa Francisco a visitar o país. Terminamos aqui na América Latina, com a morte de opositor na Venezuela, prisão de Keiko Fujimori no Peru e, claro, a repercussão internacional da eleição brasileira.

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Xadrez Verbal #151 Imran Khan

Depois de um breve recesso, Matias Pinto e Filipe Figueiredo retornam com um programa maior do que o costume. Quatro blocos de discussão, três giros de notícias e uma quinzena na História, um programa que realmente vale por dois!

Passamos pelas eleições paquistanesas, onde o ídolo do críquete Imran Khan foi eleito o Primeiro-ministro do país, na segunda vez em que o Paquistão passou por uma transição democrática em toda sua História.

Fomos até os EUA, com notícias de sua política interna e de sua política externa, em relação ao Irã, a Coreia do Norte e outros temas. Giramos pela África, com as visitas dos líderes da China e da Índia, notícias do Mali até Uganda e, claro, a eleição no Zimbábue. Voltamos pra América Latina e para as notícias brasileiras, incluindo a mais recente cúpula dos BRICS, para fechar esta edição, com apoio da editora Contexto!

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Xadrez Verbal #148 Eleições no México

Nesta semana, recebemos novamente a professora Ana Luisa Demoraes Campos, que nos brinda com uma completa explicação sobre a condenação brasileira no caso Vladimir Herzog, na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Passamos pelo Velho Continente, com as notícias dos temas de migração e direitos autorais, além de aspectos internos dos países: De Portugal até a Rússia, com destaque para os protestos na Polônia contra a interferência do executivo no judiciário do país.
De lá, voltamos para a América Latina, mais precisamente no México, onde Andrés Manuel López Obrador foi eleito presidente do país, com uma histórica votação e amplo apoio no congresso. Aproveitamos e recorremos o resto da vizinhança e tivemos a volta da coluna da professora Vivian Almeida.

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Xadrez Verbal #147 Eleições na Turquia

Recebemos novamente a professora Monique Sochaczewski Goldfeld para comentar sobre a eleição de Recep Erdogan, agora como Presidente da Turquia em um sistema presidencialista. O que isso significa e quais os desafios que ele enfrentará? Também passeamos pela Europa, onde o assunto imigração dominou a pauta dessa semana, assim como uma força militar comum e notícias de cada país. Com destaque, claro, ao anúncio de uma cúpula entre Putin e Trump na Finlândia.

De lá vamos para a América Latina. O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, esteve no Brasil, e você vai saber o principal de como foi essa visita. Repercutimos notícias desde o Chile até o norte da região, com especial destaque ao pleito vindouro no México. Quais os principais candidatos, as pautas de destaque e a relação comercial entre México e Brasil.

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Xadrez Verbal #146 Direitos Humanos

Matias Pinto e Filipe Figueiredo recebem o historiador Andrew Traumann, autor do recém-lançado livro Os Colombianos, para comentar o resultado eleitoral no nosso vizinho. Quais incógnitas que ficam e o que a vitória de Ivan Duque representa?

Falando em eleições, fomos até a Turquia, onde teremos pleito neste final de semana. Quais os principais candidatos e o que muda no país, que agora será presidencialista?

Já no bloco principal voltamos aos EUA, com a saída do país do Conselho de Direitos Humanos da ONU e a repercussão da política migratória no que concerne crianças. Afinal, alguém tem razão ou é política partidária?

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Xadrez Verbal #143 Adeus Rajoy

Recebemos João Gabriel Almeida para comentar sobre as eleições colombianas e o vindouro segundo turno entre Iván Duque e Gustavo Petro. Aproveitamos e giramos pela nossa vizinhança, de Porto Rico até a Argentina, incluindo uma passadinha pelo Brasil. Vamos também ao Oriente Médio, onde são prometidas eleições na Líbia e tem greve de caminhoneiro também.
De lá fomos para a Europa, onde teve referendo sobre o aborto na Irlanda, primeiro-ministro destituído e novo governo na Espanha, e também confirmação do novo governo italiano, depois de desistência. Calma que você vai entender tudo, assim como na Ucrânia teve jornalista que morreu, mas passa bem.

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Post impulsionado é o novo tempo de TV

A legislação eleitoral das campanhas no Brasil para as redes sociais é sempre um amontoado de regras confusas que mudam a cada eleição. Este ano mais mudanças estão causando incertezas e deixando brechas para abusos de todo tipo: de poder econômico por candidatos, partidos e coligações, até abuso de autoridade por juízes seletivos que manipulam a legislação de acordo com suas convicções particulares. Um exemplo é a legislação sobre posts patrocinados nas redes sociais. Proibidos nos períodos eleitorais anteriores, o patrocínio de postagens foi liberado este ano.

Com isso, as candidaturas mais ricas terão um poder de exposição publicitária infinitamente maior do que candidaturas com poucos recursos. Se antes era o bom conteúdo (bom não significa “do bem”) que engajava o público, agora com dinheiro qualquer lixo poderá ganhar bastante visibilidade. Prepare seu mural para uma superexposição de políticos este ano.

A distribuição de verba do fundo partidário acontece de acordo com o tamanho das bancadas federais. Os cinco maiores partidos do Congresso receberão metade de todos os recursos do fundo eleitoral: PMDB, PT, PSDB, PP e PSD receberão, sozinhos, um montante de R$ 838 milhões. Serão R$ 215 milhões para o PMDB, R$ 199 milhões para o PT e R$ 175 milhões para o PSDB. Partidos como o PV, PSOL e PCdoB ficarão com cerca de 1 % destes recursos.

Com a permissão de posts e anúncios pagos nas redes sociais, a distorção publicitária, que já enorme nas televisões e rádios, será imensa também na internet. Como alertou o pesquisador e analista de redes, Fábio Malini, o impulsionamento de posts será o novo tempo de tevê. O aparato do sistema eleitoral estará a serviço do poder econômico de partidos e candidaturas, consolidando um processo eleitoral extremamente capitalizado e com potencial manipulativo.

Deveria ser, mas não é a livre circulação de ideias o que garante o bom funcionamento da nossa democracia. É a grana, muita grana na mão do departamento financeiro, código eleitoral na mão do departamento jurídico e todos de mãos dadas com o departamento de marketing. É assim se produz os nossos processos eleitorais, e não é por acaso que o Caixa 2 e as mutretas financeiras toma conta das campanhas com muitos recursos.

As ferramentas de gerenciamento de posts e anúncios pagos, como o Power Editor do Facebook, possuem capacidade de refinar volumes imensos de dados para que as equipes de publicitários e especialistas em mídia direcionem anúncios para públicos específicos com precisão cirúrgica. E quanto mais dinheiro, claro, maior o alcance das postagens.

Semana passada o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Admar Gonzaga Neto, deu entrevista informando que, embora permitido, os patrocínios de postagens no período da pré-campanha podem configurar propaganda antecipada. Como tenho recebido na minha timeline diversos posts impulsionados, é de imaginar que possivelmente algumas multas vão acontecer aqui e ali.

Mas quem será multado?

Não acredito que o impulsionamento de posts deveria ser permitido. Ou melhor, se é pra ser permitido, que se permita a campanha explícita fora do período eleitoral propriamente dito. É uma forma de evitar o cinismo dos candidatos que fazem campanha antecipada fingindo que não estão fazendo. O que acontece com frequência, e ainda mais nas candidaturas com suporte jurídico milionário de advogados.

Temos um duplo problema: a propaganda paga na internet produzindo distorções do princípio de igualdade e abrindo margem para o abuso do poder econômico; e a falta de clareza das regras eleitorais tornando o quadro ainda mais nebuloso ao colocar mais poder na mão de juízes.

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Conexão Sudaca #160 Eleições na Colômbia

Com a volta de Léo e Gabri, nossos muchachos conversaram com João Gabriel Almeida, direto de Bogotá, que atuou como Coordenador de Comunicação para a FARC nas últimas eleições para o Senado.

Também analisamos a atuação das seleções sudacas que estarão na Rússia, no penúltimo teste antes da convocação final para a Copa do Mundo, além da homenagem a René El Loco Houseman, que nos deixou na última quinta-feira (22/03).

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Notícias falsas e pouco debate

Era o ano de 2005 quando embarcamos para um encontro nacional de estudantes de história na Universidade Federal de Sergipe. Chegamos por lá no sábado e o congresso duraria até o outro fim de semana. Já no domingo correu o campus de Aracaju a notícia sobre a morte de um ator famoso. Teria passado no Faustão.

“Tony Ramos morreu!”

Na época não existia smartphone ou qualquer tipo de acesso remoto à internet e a rede social do momento era o Orkut. Naquele isolamento quente do congresso ninguém estava muito preocupado em procurar detalhes sobre a morte de Tony Ramos. As preocupações eram mais etílicas, afetivas e acadêmicas.

Uma semana se passou e quando cheguei em casa comentei com meu pai sobre aquele fato lamentável. “Tony Ramos morreu tão novo, né?” Meu pai me olhou com estranhamento e disse que ele não tinha morrido coisa nenhuma. “Como não?”, perguntei com surpresa. Fui checar a notícia e vi que ele estava vivinho da silva. Em carne, osso e pelos. Era um boato que se espalhou no congresso. Sem ferramentas nem interesse de checar, a informação falsa teve sua semana de verdade.

Comento essa lembrança quase esquecendo que a ideia aqui é falar sobre as iniciativas de mudanças na legislação para combater as chamadas fake news durante o próximo período eleitoral. O tema está sendo tratado pela Polícia Federal, Judiciário, Legislativo, Executivo e pelo núcleo de combate aos crimes cibernéticos da Polícia Civil.

O Brasil será o primeiro país do mundo a criar uma legislação específica para combater fake news. E nada disso será fácil. O volume imenso de matérias que circula no Brasil, que ganhará ainda mais intensidade durante os 45 dias do período eleitoral. Além da dificuldade de estabelecer as fronteiras entre o que é uma noticia fraudulenta e o que uma notícia mal apurada, ou entre o que é um conteúdo crítico e o que é um conteúdo criminoso.

Conheço, por alto, umas quatro iniciativas que fazem apuração profissional de fatos hoje em dia no Brasil. A Agência Pública, o site boatos.org, a agência Lupa e Aos Fatos. Ainda que todas elas trabalhem incessantemente, o volume de apuração nem arranha a quantidade de publicações diárias sobre política no país, que ultrapassa as três mil publicações.

Quais órgãos ficarão responsáveis por esse monitoramento / julgamento? Quais os critérios? Quanto isso tudo vai custar?

O ministro Luiz Fux, que assume a presidência do TSE agora em fevereiro (e já deixou claro que pretende tratar com rigidez o combate às notícias falsas), pediu ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, que uma força-tarefa seja criada para exercer essa função. A criação dessa força-tarefa deverá ser feita em paralelo à elaboração de uma nova legislação para o tema, a ser enviada ao Congresso para entrar vigor já nas eleições de outubro.

Tudo muito rápido, o que é ainda mais preocupante. Além das dificuldades para a criação de medidas de combate à circulação dessas notícias falsas, outras questões se colocam e devem ser destacadas.

Existe um debate a ser feito para caracterizar o que é uma fake news. Ele não pode acontecer de forma apressada e meramente punitivista, como parece estar sendo feito agora. Será necessário diferenciar o que é uma notícia fraudulenta do que é uma notícia mal apurada, por exemplo. E isso não é fácil, principalmente se pensarmos nessa escala de 20 mil publicações semanais sobre política no Brasil.

Temos que estabelecer, ainda, critérios minimamente objetivos para dar conta de outras variantes de conteúdos que fogem ao meramente factual. O conteúdo político tem múltiplas modalidades e gêneros, desde conteúdos noticiosos, até mesmo textos opinativos e ensaísticos, imagens e vídeos humorísticos, crônicas e até mesmo as fofocas.

Sabemos que a dimensão anárquica da rede deixa muitos congressistas insanos querendo matar jornalistas. Aliás, abro um parêntese com uma informação que está longe de ser fake news: segundo o estudo “Tendências mundiais em liberdade de expressão e desenvolvimento de mídia”, da Unesco, o Brasil é o 7º país mais perigoso do mundo para se exercer a atividade jornalística.

Pois é. É nesse país que estamos assistindo a criação, sem grandes debates, de mecanismos de punição de circulação de conteúdos na rede. Recentemente, um projeto de um deputado baiano do DEM tentava criminalizar pessoas que falam mal de políticos na internet. Algo absurdo que só faz sentido quando temos noção do nível de descolamento da realidade em que vive boa parte da nossa classe política.

Esses conteúdos que desagradam os figurões da república são importantes no campo da análise política e eles precisam ser muitos bem resguardados. Não podemos correr o risco de regredir com os princípios constitucionais de liberdade de expressão, e muito menos cair em “câmaras do ministério da verdade” dessa tal força-tarefa da polícia que tem sido organizada sem nenhum debate público.

Diante de tantas dificuldades para estabelecer critérios objetivos sobre o que são as fake news, bem como o desafio de criar mecanismos eficazes para dar conta de um volume imenso de conteúdo, talvez a melhor coisa a ser feita seja fazer exatamente nada. E não fazer exatamente nada é lidar com esse tipo de conteúdo com base nas legislações que já temos disponíveis para tratar de questões de crimes contra a honra como calúnia, difamação e injúria.

Qual a fronteira entre uma notícia falsa e uma notícia mal apurada? Pior, qual a diferença entre o que uma notícia falsa e uma notícia fraudulenta? O que separa um texto crítico de um conteúdo criminoso? Ou um artigo especulativo de um artigo difamatório?

Achar essas fronteiras é uma tarefa quase impossível em larga escala num período de intensidade eleitoral. Quase tão difícil quanto checar se Tony Ramos tinha morrido ou não no meio de um congresso em uma época em que a internet ainda estava em sua Antiguidade.

 

*André Raboni é historiador, analista de comunicação e mídias digitais. Especialista em política e comunicação.

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Conexão Sudaca #153 Rojo Campeón

Arrancamos essa edição batendo um papo com o pesquisador brasileiro Marcelo Santos, que tem acompanhado as eleições presidenciais no Chile e palpita o 2º Turno, a ser realizado no próximo domingo (17/12).

Ainda no contexto político do nosso continente, analisamos os últimos acontecimentos na Argentina, Bolívia e Uruguai com um Boletim Bolivariano extraordinário.

Também recebemos o camarada Caio Bellandi, direto do Lado B do Rio, que dividiu suas impressões de antes, durante e depois da decisão da Copa Sul-Americana, no Maracanã, bem como os amigos rojos Carlos Pronzato e Maxi Cotler.

E aproveitando a visita de Pepe Mujica à Santiago, escutamos uma conhecida melodia uruguaia sendo reinterpretada pelo conjunto chileno Sol & Lluvia.

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