Mulheres na Diplomacia

Para fechar a temporada de 2023, recebemos a embaixadora Irene Vida Gala, a professora Tatiana Berringer (RI-UFABC) e a professora Mariana Davi Ferreira (Sociologia-IFPB) para um papo sobre a participação feminina nas Relações Internacionais!

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ZAL #04 Bruxaria e aborto no califado brasileiro

ZAL #04 Bruxaria e Aborto no Califado Brasileiro

A quarta edição do Zona Autônoma Literária, neste 7 de novembro de 2018, traz duas mulheres num cenário em que elas integram o frontline na batalha contra a ascensão de Bolsonaro: Alana Moraes é antropóloga feminista e pesquisadora do Museu Nacional – UFRJ, tratando de formas democráticas menores e os atravessamentos entre gênero, política e subjetividades; Lia Urbini é cientista social e trabalha atualmente como revisora e preparadora de textos, já foi professora de sociologia em escolas estaduais, comunitárias e privadas, e também é assistente de direção e dramaturgia do Coletivo Inclassificáveis.

O debate aconteceu diante dos livros Calibã e a bruxa: mulher, corpo e acumulação primitiva, da marxista e feminista Silvia Frederici, lançado em 2017 pela editora Elefante em parceria com o coletivo Sycorax e a Fundação Rosa Luxemburgo; e também Pró: reivindicando o direito ao aborto, de Katha Pollitt, poeta feminista e colunista da The Nation, que a Autonomia Literária está lançando.

Tem também, como de costume, cupom de desconto para compra de livros e o quadro que trás a voz da poesia das ruas. O ZAL debate política, economia, cultura e temas urgentes do nosso tempo, sempre sob mediação dos últimos lançamentos de uma rede de selos parceiros. E mais: senso crítico sobre o mercado editorial e as novidades do mundo dos livros no Brasil e no mundo. Uma produção de Paulo Junior, Cauê Ameni, Daniel Corral e Guilherme Ziggy. A leitura dessa edição foi de Michelle Coelho.

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Vale a pena a mobilização contra o machismo

*Por Fabi Maranhão

O domingo passado (9) começou pesado para mim. Pouco depois de acordar, me deparei com aquelas cenas assustadoras de intimidação e violência psicológica protagonizadas pelo agora ex-BBB Marcos, 37, contra Emilly, 20. Ainda ouços os gritos dele e vejo seu dedo em riste tocando o rosto da jovem encurralada na parede.

Instantes depois, lá estava eu compartilhando as imagens nos grupos de amigas no Whatsapp e comunidades feministas no Facebook, dos quais faço parte. Na mente, um pensamento: “Precisamos fazer barulho contra esse absurdo!”.

Ainda estava fresca na minha memória a bela e impressionante mobilização de mulheres famosas e anônimas, ocorrida na semana passada pelas redes sociais, que resultou no afastamento do ator José Mayer, 67, da próxima novela das 9 Rede Globo, para a qual ele estava escalado.

Em um depoimento chocante, publicado no blog #AgoraÉQueSãoElas, a figurinista da emissora Su Tonani, 28, acusou Mayer de assediá-la moral e sexualmente ao longo de oito longos meses.
http://agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br/2017/03/31/jose-mayer-me-assediou/

A princípio, o ator se limitou a dizer “não misturem ficção com realidade” e colocou a “culpa” em seu personagem machista e misógino na novela “A Lei do Amor”. A Globo emitiu nota, na qual declarou que “repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência e preconceito”, que “todas as questões são apuradas com rigor” e que “não comenta assuntos internos”.

Tudo parecia caminhar para o conhecido “não dar em nada” quando um grupo de atrizes e funcionárias da emissora deu início a uma mobilização contra o ator e a violência sofrida pela figurinista. A tag #MexeuComUmaMexeuComTodas incendiou as redes sociais. Não demorou muito para que a Globo anunciasse o afastamento de Mayer, que logo em seguida divulgou outra nota, desta vez admitindo: “Errei no que fiz”. Foi mais que erro; foi crime!

Voltando ao domingo passado, lembro de ter ficado desanimada ao notar que poucas companheiras tinham expressado a mesma indignação que senti em relação ao que tinha acontecido dentro da casa do Grande Irmão.

Passei o dia postando no Twitter (já que quase não uso o Facebook), desejando ver nascer uma nova mobilização como a que havia sacudido o país na semana anterior. Demorou, mas o assunto, enfim, alcançou os TTs.

À noite, minha esperança e a de milhares de outras mulheres e homens era que, devido à repercussão do caso, a direção do BBB anunciasse a expulsão de Marcos. Para a nossa decepção, isso não aconteceu. Pior mesmo foi ver o público eliminar, por 77% dos votos, a participante Marinalva e manter o Marcos na casa.

Mas felizmente estamos em plena primavera feminista, que começou em meados de 2015 e não dá sinais de que pretende ir embora tão cedo. A pressão das redes sociais chegou até a polícia, que, no dia seguinte, foi bater na porta da tal casa mais vigiada do país. À noite, o apresentador do programa anunciou a expulsão de Marcos.

Em ambos os casos ficou evidente que a mobilização popular, principalmente das mulheres, foi decisiva para pressionar a emissora a tomar providências devidas. Infelizmente, não é sempre que gritamos e somos ouvidas, mas destas duas vezes triunfamos. E nossas gargantas já estão afiadas para as próximas batalhas.

 

*Fabi Maranhão é jornalista, vegetariana, feminista e militante dos Direitos Humanos.

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