Abrimos mais uma temporada do SDT repercutindo os destaques do ano anterior nas arquibancadas pelo Planeta Bola.
Fomos de norte a sul do Brasil, além de Argentina, Chile, Escócia, Inglaterra, Itália, México e Peru cobrindo acessos, centenários, protestos políticos e quebras de jejum!
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Nos despedimos da nossa audiência em 2020 e também de Diego Armando Maradona, um mês após a sua morte, certamente o jogador que foi mais cantado pelas arquibancadas que defendeu nas canchas.
Do começo no Argentinos Juniors, passando pela seleção argentina, Boca, Napoli, Newell’s Old Boys e por último o Gimnasia La Plata, já como treinador, escutamos os cânticos em louvor a D10S.
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Nossa bateria trocou uma ideia sobre as duas produções dramáticas recentes da Netflix que retratam a cultura torcedora: a série Puer7a, que acompanha o cotidiano de uma fictícia barra brava argentina; e o filme Ultras, que mostra o estilo de vida dos tifosi napolitanos.
O papo foi voltado para as questões sociológicas e históricas ensejadas pelas obras, as narrativas utilizadas e as imagens que constróem sobre esses dois universos tão distintos.
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As arquibancadas do mundo já tiveram dias melhores. Fato!
Mas nem sempre tudo foi festa. Além do lado lúdico, festivo e democrático dos estádios, não podemos esquecer seu lado sombrio e cruel. Neste ambiente libertino, o ser humano sempre teve espaço para revelar o seu pior instinto. Nem tudo é festa na plateia do futebol, o ódio sempre esteve presente, dissimulado no pretexto da rivalidade. Homofobia, racismo, preconceito regional e outros predicados da bestialidade humana encontram seu lugar de honra nas arquibancadas do planeta.
Na Itália, onde a rivalidade histórica e secular se apoderou do futebol, os ultras das curvas (assim é chamada a parte popular atrás dos gols) se aproveitam deste pequeno universo para promover toda a sua aversão ao inimigo regional.
A Itália que já fora o centro de um dos maiores impérios da história, transformou-se por séculos em uma colcha de retalhos. Ela fora estuprada por inúmeros invasores formando vários pequenos burgos com identidade própria. Há um famoso ditado que explica o sentimento regionalista da península: Cada pequena cidade acredita que a sua torre é maior que a do vizinho. Estamos em 2015 e nada mudou desde então. Este sentimento atemporal dos italianos sempre será a sua maior riqueza e também o maior entrave para quem sonha transformá-la em uma nação uníssona e reta.
Dentre as inúmeras rivalidades históricas existentes na velha bota, as cidades de Roma e Nápoles levaram consigo a animosidade para o futebol, mais especificamente entre os times: Roma e Napoli, no chamado “Derby del Sole”. A rivalidade consiste no confronto entre as duas maiores cidades do sul, de um lado a capital administrativa “rica” e do outro o povo napolitano conhecido por seu espírito de contra poder histórico, representado na figura da Camorra.
Neste último final de semana, o estádio olímpico recebeu mais um derby do Sol. Tensão no mais alto nível entre os tifosi e as forças policiais. Um fato importante aumentou ainda mais o perigo neste último domingo. Há um ano, um jovem torcedor do Napoli fora assassinado por Danilo De Sanctis, famoso ultra da Roma, apelidado de Gastone. O homicídio ocorreu no dia da final da Copa da Itália de 2014, em Roma, entre Napoli e Fiorentina. Ciro não resistiu aos ferimentos e morreu 50 dias depois.
No derby deste domingo, a curva sul não poupou críticas à mãe do jovem assassinado. Uma faixa foi estendida com a seguinte mensagem:
“Que coisa triste… Lucro com o funeral… livros e entrevistas”.
Os ultras da Roma acusam a mãe de Ciro de aproveitar da morte do filho para ganhar dinheiro com livros e entrevistas.
A mãe, transtornada, logo explicou que o dinheiro obtido na venda dos livros iria para fundação “Ciro vive” e seria destinado aos hospitais de todo o mundo.
Mas não parou por ai, uma faixa com o rosto da atriz e apresentadora Sandra Milo foi exposta. Uma ironia pra lá de maldosa.
A foto da apresentadora foi uma alusão a um episódio que ficou marcado na memória da televisão italiana. Durante o programa “L’amore è una cosa meraviglosa”, de 8 de janeiro de 1990, uma telespectadora telefonou dizendo que o filho de Sandra Milo, também chamado Ciro, fora vítima de um grave acidente automobilístico. Tudo não passava de uma brincadeira, no entanto, a apresentadora ficou transtornada e abandonou o estúdio aos prantos gritando “Oddio chi parla? Oddio chi è? Chi? Ciro? Dove? Noooo! Oddio!!” (Assista o fatídico episódio no vídeo abaixo)
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