Desde que a Copa do Mundo passou a contar com cinco seleções sul-americanas, a partir da edição de 1998, esta foi a pior estreia do Brasil e seus hermanos, contrariando a expectativa das respectivas hinchadas, pois tirando o Uruguai – curiosamente o único que venceu e classificou-se – os demais países estão no Top 10 de vendas de ingresso: Brasil (3º), Colômbia (4º), Argentina (7º) e Peru (9º).
O caso dos peruanos é o mais emblemático. Sem disputar a competição há 36 anos – aproximadamente 67% da população do país nunca tinha visto La Blanquirroja em um Mundial – a equipe comandada por Ricardo Gareca já está eliminada, restando um jogo para cumprir tabela contra a Austrália. Apesar da frustração, os incas deixaram uma boa impressão na Rússia e mostraram atuações coesas, jogando de igual para igual com dinamarqueses e franceses.
Ao contrário dos argentinos, que pouco agrediram a Islândia e tomaram um baile da Croácia. Resta torcer por um tropeço dos islandeses diante da Nigéria, para depender apenas de uma vitória sobre os africanos e ainda tirar a diferença no saldo para os nórdicos, que enfrentam os líderes croatas.
Mas é justamente esta dependência que aflige os albicelestes, já que nenhum jogador teve atuação destacada nas duas rodadas, marcadas pelos erros de Caballero, o nervosismo do sistema defensivo, a pouca combatividade do meio-de-campo e a falta de tranquilidade do ataque.
Em relação aos cafeteros, a avaliação é mais complexa devido às circunstâncias que levaram ao primeiro gol japonês. A expulsão precoce de Carlos Sánchez – ironicamente, já que é um jogadores que mais se doam no plantel de José Pekerman – seguida do pênalti convertido por Shinji Kagawa, fez com que a Colômbia corresse atrás do resultado, jogando mais de 80 minutos em desvantagem numérica. O empate transitório veio na vivacidade de Juan Quintero, mas a primeira vitória asiática diante da América do Sul se deu numa pane defensiva aproveitada por Yuya Osako.
A atual generación dorada já dava sinais de declínio ainda nas Eliminatórias, e no equilibrado e imprevisível Grupo H não seria surpresa que os colombianos acompanhassem peruanos e, provavelmente, argentinos em um retorno antes do esperado para o nosso continente.