*Por Virgílio Neto
Os seis primeiros meses de 2017 foram sem sombra de dúvidas os mais intensos para a história do Rugby do Brasil. Nos clubes, toda a movimentação nas categorias de base e nas equipes principais, dentro dos torneios estaduais e regionais, masculino e feminino. Nas seleções nacionais, Yaras e Tupis a rodarem o mundo para colocarem o Brasil no topo e, em casa, a darem muita alegria para a torcida.
Os circuitos estaduais femininos de rugby sevens estão com tudo! No masculino, um Jacareí jovem e ousado é resultado de um excelente trabalho com as camadas inferiores. No XV, São Paulo viu um novo campeão, a Poli. No Rio de Janeiro, o tradicional Guanabara vencedor uma vez mais. Em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, hegemonia intocável de Belo Horizonte, Curitiba e Farrapos, respectivamente. Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com equipes e competições mais organizadas, nomeadamente Makuxi (Boa Vista/RR) e Melina (Mato Grosso). Por todo o País, torneios infantis e juvenis cada vez mais disputados, numerosos e concorridos. Ademais, inúmeras iniciativas de rugby escolar e de participação (como em Barroso/MG) fazem a nossa modalidade crescer mais a cada dia, com bastante qualidade.
Entretanto nem tudo são flores. Vários problemas ainda existem, como a escassez de recursos financeiros e espaços para jogos e treinos, como nas grandes cidades. No entanto, os recursos humanos são surpreendentes. Percebe-se mais ação do que discurso, com os envolvidos com o rugby no Brasil trabalharem de maneira incansável para fazer a modalidade crescer e se desenvolver. Exemplo disso é o São Bento, da capital Paulista. Mas certamente há muito mais Brasil adentro.
“O Rugby Brasileiro assombra o mundo”. Vocês se lembram desta frase, dita em comercial de TV há uns anos, com o apresentador sentado em uma poltrona no meio do campo? Não é mais exagero dizer isso. As equipes nacionais têm nos enchido de orgulho! Nos gramados do mundo, as Yaras venceram Inglaterra e Rússia, por exemplo. Fizeram frente às fijianas e deram muita dor de cabeça para as melhores seleções. Já os Tupis neste ano venceram, diante da nossa torcida, nada mais, nada menos que Chile, Canadá e Portugal. Há menos de dois anos tiraram o Brasil da 45a. colocação e o puseram na 29a do ranking mundial. Daniel Danielewicz, o Nativo, que se aposentou da amarelinha depois da – maior de sempre – vitória sobre o Paraguai, por 57 a 6, deixará saudades. No entanto, sobe uma geração faminta pela glória e que irá conduzir o rugby nacional ainda mais para o topo.
E este caminho é longo, intenso, com altos e baixos. Nada que o rugby Brasileiro não saiba, porque tem percebido – mais do que nunca – que tudo isso é fruto de muito valor, de muito empenho, dedicação e trabalho. Por isso ainda há muito para se ver, aprender, fazer, ensinar e transmitir. Vamos a isso.